lunes, 24 de agosto de 2009

oxala


É o orixá supremo, o mais velho, considerado o “Pai de todos”. Oxalá é o princípio da morte, é o fim. Equilíbrio positivo do universo, é o pai da brancura, da paz, da união, da fraternidade entre os povos.
Orixá da ventura, da compreensão, da amizade, do entendimento, do fim da confusão. É ele quem vai determinar o fim da vida, o fim da estrada do ser humano. Oxalá é o momento de partir em paz, com a certeza do dever cumprido.
Rege a tranqüilidade, o silêncio, a paz no ambiente. A Oxalá pertence os olhos que tudo vêem (Oxalá de Orunmilaia – Dono da visão no jogo de búzios).
Lenda:
Orixanlá cria o mundo
No começo, o mundo era todo pantanoso e cheio de água, um lugar inóspito, sem nenhuma serventia. Acima dele havia o céu o Orum, onde viviam Olorum e todos os Orixás, que as vezes desciam para brincar nos pântanos insalubres. Desciam por teias de aranhas penduradas no vazio. Ainda não havia terra firme, nem o homem existia. Um dia Olorum chamou à sua presença Orixanlá, o grande orixá. Disse-lhe que queria criar terra firme lá em baixo e pedi-lhe que realiza-se tal tarefa. Para a missão, deu-lhe uma concha marinha com terra, uma pomba e uma galinha com pés de cinco dedos. Orixanlá desceu ao pântano e depositou a terra da concha. Sobre o terra pôs a pomba e a galinha e ambas começaram a ciscar.
Foram assim espalhando a terra que viera na concha até terra firme se formou em toda a parte. Orixanlá voltou a Olorum e relatou-lhe o sucedido. Olorum enviou um camaleão para inspecionar a obra de Oxalá e ele não pode andar sobre o solo que ainda não era firme . O camaleão voltou dizendo que a terra era ampla mas ainda não suficientemente seca. Numa segunda viagem o camaleão trouxe a noticia de que a Terra era ampla e suficientemente sólida, podendo-se agora viver em sua superfície.
O lugar mais tarde foi chamado de Ifé, que quer dizer ampla morada. Depois Olorum mandou Orixanlá de volta a Terra para plantar arvores e dar alimentos e riquezas ao homem. E veio a chuva para regar as árvores. Foi assim que tudo começou. Foi ali, em Ifé, durante uma semana de quatro dias que Orixá Nlá criou o mundo e tudo que existe nele.

eimanja


A majestade dos mares, senhora dos oceanos, sereia sagrada, ela é a Rainha das Águas Salgadas. Considerada a mãe de todos os orixás, regente absoluta dos lares, protetora da família. Rainha do Mar e de tudo que há nele.
Dona da prata e da pérola. Ela é o sentimento básico da formação da família, aquela que vai gerar o amor que há entre pais e filhos.
Iemanjá é a preocupação e o desejo de ver aquilo que amamos a salvo, sem problemas. É ela quem apara a cabeça da criança no momento do nascimento e a cuidará até o momento de entregá-la ao seu orixá. Ela é a dona da cabeça, ou melhor, ia-ori (mãe da cabeça). Aquela que gera o ori, que dá o sentido da vida e nos permite pensar, raciocinar e sermos seres pensantes e inteligentes.
Lenda:
Iemanjá irrita-se com a sujeira que os homem lançam ao mar
Logo no princípio do mundo, Iemanjá já teve motivos para desgostar da humanidade. Pois desde cedo os homens e as mulheres jogavam ao mar tudo que a eles não servia. Os seres humanos sujavam suas águas com lixo, com tudo que não mais prestava, velho ou estragado. Até mesmo cuspiam em Iemanjá, quando não faziam coisa pior.
Iemanjá foi queixar-se a Olodumare. Assim não dava para continuar. Iemanjá Sessu vivia suja, sua casa estava sempre cheia de porcarias. Olodumare ouviu seus reclamos e deu-lhe o dom de devolver à praia tudo o que os humanos jogassem de ruim em suas águas. E desde então as ondas surgiram no mar e as ondas trazem para a terra o que não é do mar.

oxum


Mãe da água doce, Rainha das Cachoeiras. Dona do ouro. Orixá da prosperidade, da riqueza, ligada ao desenvolvimento da criança no ventre da mãe.
Oxum rege o charme, a pose, o lado esnobe, principalmente das mulheres. Ela é o flerte, o namoro, a paquera, o carinho. É o amor; puro, real, maduro, solidificado, sensível. Ela é o amor verdadeiro. Ela é o charme, a manha, a vontade de ter algo apenas por ter.
Ela é a regente da fecundidade, ela quem cuida do feto desde o momento da primeira divisão celular até o momento do parto, onde entrega aos cuidados de Iemanjá, que é quem apara a cabeça da criança ao nascer.
Lenda:
Oxum leva ebó ao Orum e salva a terra da seca
Uma vez Olodumare quis castigar os homens. Então levou as águas da terra para o céu. E a terra tornou-se infecunda. Homens e animais sucumbiam pela sede. Ifá foi consultado. Foi dito que se fizesse um ebó com bolos, ovos, linha preta e linha branca com uma agulha e com um galo. Oxum encarregou-se de levar o ebó ao céu. No caminho Oxum encontro Exu e ofereceu-lhe os fios e a agulha. Em seguida encontrou Obatalá e entregou-lhe os ovos, Obatalá ensinou-lhe o caminho da porta do céu. Lá chegando Oxum encontrou um grupo de crianças e repartiu entre elas os bolos que levava. Olodumare viu tudo aquilo e se comoveu. Olodumare devolveu à terra a água retirada do céu e tudo voltou a prosperar.

xapana


É o Senhor das pestes, das moléstias contagiosas, ou não. Considerado velho e impertinente, ranzinza e vingativo. É o regente da pele e de suas moléstias. Também rege a saúde, os órgãos e funcionamento deles.
Divide com Iansã a regência dos Cemitérios, ele é o emissário de Oxalá, é quem vem buscar o espírito desencarnado e servir de guia a ele, mostrar-lhe o caminho. Ele proporciona a doença, mas principalmente a cura, a saúde. È o orixá da misericórdia. É o Rei da Terra e usa uma veste de palha (filá) que cobre seu corpo.
Xapanã também é conhecido em outros estados como Obaluaê, Omolu e Sapatá.
Lenda:
Xapanã é proclamado o Senhor da Terra
Em terras Iorubas havia um homem chamado Xapanã. Avesso aos preceitos morais, levava uma vida dissoluta. Acabou contagiado por várias enfermidades que assolavam a terra. Não obedecia aos conselhos das divindades e dos adivinhos. Teve varíola, doenças venéreas, males de todo tipo.
Por determinação dos orixás, Xapanã foi sendo mutilado mais e mais pelas doenças, não sendo acolhido nem mesmo por seus filhos. No entanto foi visto com misericórdia por Exu. Os orixás determinaram que Xapanã não falaria mais no oráculo, para não mais se saber das epidemias e doenças. Ficaria encerrado em uma panela de barro com a tampa emborcada, escondendo todos os segredos das epidemias. Xapanã foi expulso do reino. Dizia-se que com ele também a morte havia partido. E todos festejaram.
No seu caminho para o exílio, Xapanã encontrou Exu, que, penalizado, levou-o até Orunmilá. O sábio leu o futuro de Xapanã e o mandou fazer ebós. Recomendou que sempre andasse acompanhado por cachorros, pois era isso que dizia o seu odu. Assim seria louvado e respeitado em uma terra que enfim chegaria. Xapanã fez as oferendas como recomendado. Acompanhado pelos cães que adotou, continuou seguindo o seu caminho.
Um dia chegou ao Daomé, onde reinava um cruel tirano. O rei sem coração estava morrendo de peste. Todos já sabiam que a peste e Xapanã eram a mesma coisa. O rei mandou que levassem Xapanã a seu palácio. Ao ver Xapanã, o rei prostrou-se a seus pés e pediu perdão por todas as suas atrocidades. Xapanã fez oferendas e Olofim mandou as chuvas e a chuva cavou um buraco aos pés do governante e o buraco tragou todas as más ações do enfermo rei. O rei foi curado de seus males.
Xapanã foi respeitado e adorado nas terras do Daomé, onde é sempre precedido por Exu.
Lá ele ocupa lugar importante no tabuleiro de Ifá.
Lá Xapanã foi chamado Obaluaê, o Senhor da Terra.

osaña


Orixá das ervas, dono das matas. Orixá da medicina, da cura, da convalescença.
Ossanha é a força mágica das plantas, é a força vital, o axé imprescindível à realização de qualquer ritual na nação. Ele é o médico, o alquimista, o químico, o farmacêutico. Conhecedor profundo do segredo de todas as ervas. Orixá padroeiro dos aleijados.
Sem Ossanha nada é possível na nação, pois sem o axé das plantas não há ebó.
Lenda:
Ossanha dá uma folha para cada Orixá
Um dia Xangô, que era o deus da justiça, julgou que todos os orixás deveriam compartilhar o poder de Ossanha, conhecendo o segredo das ervas e o dom da cura. Xangô sentenciou que Ossanha dividisse suas folhas com os outros orixás. Mas Ossanha negou-se a isso. Xangô então ordenou que Iansã soltasse o vento e trouxesse ao seu palácio todas folhas das matas de Ossanha, para que fossem distribuídas aos orixás. Iansã fez o que Xangô determinara. Gerou um furacão que derrubou as folhas das plantas e as arrastou pelo ar em direção ao Palácio de Xangô. Ossanha percebeu o que estava acontecendo e gritou: “Euê uassá!” “As folhas funcionam!”
Ossanha ordenou às folhas que voltassem às suas matas e as folhas obedeceram às ordens de Ossanha. As que já estavam em poder de Xangô perderam o axé, perderam o poder de cura. O orixá-rei que era um orixá justo, admitiu a vitória de Ossanha.
Entendeu que o poder das folhas devia ser exclusivo de Ossanha e que assim deveria permanecer através dos séculos. Ossanha contudo, deu uma folha para cada orixá, deu uma Euê para cada um deles. Cada folha com seus axés e seus ofós, que são as cantigas de encantamento, sem as quais as folhas não funcionam. Ossanha distribuiu as folhas aos orixás para que eles não mais o invejassem. Eles também podiam realizar proezas com as ervas, mas os segredos mais profundos ele guardou para si. Ossanha não conta seus segredos pra ninguém, Ossanha nem mesmo fala. Fala por ele seu criado Aroni. Os orixás ficaram gratos a Ossanha e sempre o reverenciam quando usam as folhas.

oba


Orixá guerreira, sábia, madura e realista.
É ela quem rege a desilusão amorosa, a tristeza, o sentimento de perda, o ciúme, a incapacidade do homem de ter aquilo que ama e deseja. Obá é a raiva, a solidão, a depressão, o sentimento de abandono.
Pela lenda Obá foi enganada por Oxum, que a levou a cortar sua própria orelha para oferecer a Xangô, ele, num gesto de repugnância, expulsou-a de seu reino.
E toda essa dor, essa desesperança, esse abandono, ficou como uma marca registrada de Obá, e tais sentimentos têm a sua regência. Quando nos sentimos traídos, abandonados, sem esperança, com raiva, frustrados em nossos objetivos, desencadeamos essa força da natureza chamada Obá, que mexe em nosso interior. E a lógica diz que Obá é a “última gota” que faz transbordar nossos sentimentos. Daí sua regência também nas enchentes e inundações. É um ato de excesso, de explosão, de revolta, desencadeado por esta força cósmica.
Obá é o ímpeto de vencer, é a força bela de um orixá belo e astuto, guerreira poderosa, dona da roda da vida e da navalha, do corte abrupto.
Lenda:
Obá é possuída por Ogum
Obá escolheu a guerra como prazer nesta vida. Enfrentava qualquer situação e assim procedeu com quase todos os orixás. Um dia, Obá desafiou para a luta Ogum, o valente guerreiro. O ardiloso Ogum, sabendo dos feitos de Obá, consultou os babalaôs. Eles aconselharam Ogum a fazer oferendas de espigas de milho e quiabos, tudo pilado, formando uma massa viscosa e escorregadia.
Ogum preparou tudo como foi recomendado e depositou o ebó num canto do lugar onde lutariam. Chegada a hora, Obá, em tom desafiador, começou a dominar a luta. Ogum levou-a ao local onde estava a oferenda. Obá pisou no ebó, escorregou e caiu. Ogum aproveitou-se da queda de Obá e num lance rápido tirou-lhe os panos, possuindo-a ali mesmo, tornando-se, assim, seu primeiro homem. Mais tarde Xangô roubou Obá de Ogum.

ode otim


Um casal inseparável, onde está um, está o outro. É o único casal verdadeiramente “puro” da nação. Odé é o filho mais novo de Iemanjá.
Odé é orixá da caça, é a divindade da fartura, da abundancia, da prosperidade. È um orixá ligeiro, astuto, sábio e ardiloso e usa de estes atributos para faturar a sua caça.
Ao contrario do marido Otim é vingativa e se alguém faz algo que a desagrade, logo é vitima de suas dolorosas “flechadas”.
Lenda:
Odé ganha de Orunmilá a cidade de Keto
Um certo dia, Orunmilá precisava de um pássaro raro para fazer um feitiço de Oxum. Ogum e Odé saíram em busca da ave pela mata adentro, nada encontrando por dias seguidos. Uma manhã porém, restando-lhes apenas um dia para o feitiço, Odé deparou com a ave e percebeu que só lhe restava uma única flecha. Mirou com precisão e atingiu. Quando voltou para a aldeia, Orunmilá estava encantado e agradecido com o feito do filho, sua determinação e coragem. Ofereceu-lhe a cidade de Keto para governar até sua morte, fazendo dele o orixá da caça e das florestas.

xango


Xangô é o rei das pedreiras, senhor dos coriscos e do trovão. Ele é o pai da justiça,o orixá que gera o poder da política. Guerreiro, bravo e conquistador, ele é majestoso por natureza.
Xangô é a pedra, a rocha, o fogo do interior da terra. É a lava do vulcão e é o próprio vulcão, ele é o fogo. É o justiceiro da natureza aquele que manda castigar e que também castiga.
Xangô é a ideologia, a decisão, a vontade, a iniciativa, o progresso cultural e social. É o espírito nobre das pessoas, o poder da liderança. Xangô rege a bravura o senso justo e todo elemento rochoso do mundo.
Lenda:
Xangô ganha o colar vermelho e branco
Xangô foi um filho rebelde, saia pelo mundo fazendo o que queria. Seu pai Obatalá era informado de seus atos, recebendo muitas queixas pelas artes do filho. Obatalá justificava os atos de Xangô, alegando que ele não havia sido criado perto dele. Mas esperava o dia em que Xangô a ele se submeteria.
Uma ocasião, Xangô estava na casa de uma de suas mulheres. Havia deixado o cavalo amarrado à porta de casa. Obatalá e Oduduá passaram por lá e levaram o cavalo. Xangô percebeu o roubo e saiu em busca do animal. Foi informado de que dois velhos que por ali passavam haviam levado o cavalo. Xangô saiu em seu encalço e na perseguição encontrou Obatalá. Quis enfrentar Obatalá, que não se intimidou diante do rapaz, exigindo respeito e submissão. Obatalá ordenou: “kunlé!! Foribalé!”. “Ajoelhe-se! Prostre-se no chão aos meus pés!!” E Xangô, desarmado, atirou-se ao solo. Xangô estava dominado por Obatalá. Xangô já tinha consigo seu colar de contas vermelhas e então Obatalá desfez o colar de Xangô e alternou as contas encarnadas de Xangô com as contas brancas de seu próprio colar. Obatalá entregou a Xangô o novo colar vermelho e branco. Agora todos saberiam que ele era seu filho.

oya


Dona das paixões, ela é a rainhas dos raios, ciclones, furacões e vendavais.
Guerreira e poderosa. Mãe dos eguns, guia-os com um rabo de búfalo chamado “eruxim”.
É irrequieta, autoritária, sensual e dominadora.
Orixá da provocação e do ciúme. É o fascínio, a paixão. Ela é a vontade de trair, de amar livremente. Rege o amor forte explosivo, ela é o desejo incontido, o sentimento mais forte que a razão, ela é a paixão propriamente dita.
Lenda:
Iansã ganha seus atributos de seus amantes
Iansã usava seus encantos e sedução para adquiri poder.
Por isso entregou- a vários homens, deles recebendo sempre algum presente.
Com Ogun, casou-se e teve nove filhos, adquirindo o direito de usar a espada em sua defesa e dos demais.
Com Oxaguiã, adquiriu o direito de usar o escudo, para proteger-se dos inimigos.
Com Exu adquiriu o direito de usar o poder do fogo e da magia, para realizar os seus desejos e os de seus protegidos.
Com Oxossi, adquiriu o saber da caça, para suprir-se da carne a seus filhos.
Aprimorou os ensinamentos que ganhou de Exu e usou de sua magia para transformar-se em búfalo, quando ia em defesa de seus filhos.
Com Logun Edé, adquiriu o direito de pescar e tirar dos rios e cachoeiras os frutos d’água para sobrevivência sua e de seus filhos.
Com Obaluaê, Iansã tentou insinuar-se, porém em vão. Dele nada conseguiu.
Ao final de suas conquistas e aquisições, Iansã partiu para o reino de Xangô, envolvendo-o, apaixonado-se e vivendo com ele para a vida toda. Com Xangô adquiriu o poder do encantamento, o posto da justiça e o domínio dos raios.

ogum


É o Senhor da Guerra, do ferro e das artes manuais. Ele é o dono da demanda, da luta, da briga e da batalha. È a força incontrolável e dominadora. Patriarca dos exércitos, dono das armas. Está presente no calor, na ira no ódio, na cólera.
Impulsivo, aventureiro, inquieto e explosivo. Pai rígido e severo, mas apaixonado e compreensível.
Ele é a franqueza, a decisão, a convicção, a certeza; ele é a energia, incontrolável, vibrante, devastadora.
Ele é o ato de cortar, morder, devorar sem piedade e com a negritude da fome. Ele é a faca, o dente e a própria mordida.
Lenda:
Ogum ensina aos homens a arte da agricultura
Ogum andava aborrecido no orum, queria voltar ao aiê e ensinar os homens tudo aquilo que aprendera.
Mas ele desejava ser ainda mais forte e poderoso, para ser por todos admirado por sua autoridade.
Foi consulta Ifá, que lhe recomendou um ebó para abrir os caminhos.
Ogum providenciou tudo antes de descer a terra.
Veio ao aiê e aqui Fez o pretendido.
Em pouco tempo foi reconhecido por seus feitos.
Cultivou a terra e plantou, fazendo que dela o milho e o inhame brotassem em abundância.
Ogum ensinou aos homes a produção do alimento, dando-lhes o segredo da colheita, tornando-se assim o patrono da agricultura.
Ensino-lhes a caçar e forjar o ferro.
Por tudo isso foi aclamado o rei de Irê, o Onirê.
Ogum é aquele a quem pertence tudo de criativo no mundo,
aquele que tem uma casa onde todos podem entrar.

bara


Bará (também chamado de Exu) é o dono dos caminhos, dos cruzeiros e das encruzilhadas.
Ele é o início de tudo, é a força natural viva que fomenta o crescimento, é o primeiro passo em tudo. Exu quer dizer “esfera”, aquilo que é infinito, que não tem começo nem fim.
Ele está na alteração do ânimo, na discussão, na divergência, no nervosismo. Está presente também na gargalhada, no sorriso incontido.
É aquele que traz a dor e a felicidade, o bem e o mau, ele é a contradição, o tudo e o nada.
Lenda:
Bará aprende a trabalhar com Ogum
Bará era um menino muito esperto.Todo mundo tinha receio de suas artimanhas. Ele enganava todo mundo,queria sempre tirar sua vantagem.
Sua mãe sempre o repreendia e o amarrava no portão de casa para ele não ir para rua fazer traquinagem. Bará ficava ali na porta esperando alguém se aproximar e então pedia seus favores, fazia suas artes e ali se divertia. Só deixava passar quem lhe desse alguma coisa.
Sua mãe então chamou Ogum e disse a ele para ficar junto com Bará e dele tomar conta. Ogum era responsável e trabalhador. Ogum Avanagã sempre ficou morando com Bará. Juntos eles moram na porta da casa e se dão bem. Bará continuou um menino danado, mas com Ogum aprendeu a trabalhar. Agora ele ainda se diverte com todos, mas para todos faz o seu trabalho. Todos procuram Bará para alguma coisa. Todo mundo precisa dos favores de Bará.