viernes, 6 de noviembre de 2009


espíritos de velhos africanos que foram trazidos para o Brasil como escravos e que trabalham na Umbanda como símbolos da fé e da humildade. Seus trabalhos são de ajuda aqueles que estão em dificuldade material ou emocional, sendo que, o seu trabalho se desenvolve mas para o lado emocional e físico, das pessoas que os procuram, sendo chamados, carinhosamente de psicólogos dos aflitos.
Sua paciência em escutar os problemas e aflições dos consulentes, fazem deles as entidades mais procuradas na Umbanda, são chamados de Vovôs e Vovós da Umbanda.
Também usam ervas em seus trabalhos de magia e principalmente para rezar pessoas doentes e crianças que estão com mal olhado, suas rezas são conhecidas como poderosas, usam também de patuás, saquinhos que são depositados elementos de magia e que os consulentes usam no corpo para proteção. Da mesma forma que os Caboclos, os Pretos Velhos usam cachimbos para limpeza espiritual, jogando sua fumaça sobre a pessoa que esta recebendo o passe e limpando a aura de larvas astrais e energias

Sobre Os Pretos Velhos

Quando se fala em preto-velho, estamos falando de uma grande linha, ou seja, uma grande faixa vibratória onde espíritos afins se "encaixam" para cumprirem sua missão.
Esses espíritos foram ex-escravos e negros africanos que não chegaram a ser escravos. Constam também dessa linha espíritos que não foram escravos nem negros africanos, mais que por afinidade escolheram a Umbanda para cumprirem sua missão.
O termo "Velho", "Vovô" e "Vovó" é para sinalizar sua experiência, pois quando pensamos em alguém mais velho, como um vovô ou uma vovó subentendemos que essa pessoa já tenha vivido muito mais tempo. Adquirindo assim mais coisas para contar e passar, principalmente essa mesma pessoa já viveu o suficiente para ter aprendido a ter paciência, compreensão, menos ansiedade para a vida. É baseado nesses fatores que as pessoas mais velhas aconselham.
No mundo espiritual é bastante semelhante. A grande característica dessa linha é o conselho. É devido a esse fator que carinhosamente dissemos que são os "Psicólogos da Umbanda".
Suas vestimentas e apetrechos são bem simples, não necessitam de muitos artifícios para trabalhar, necessitam apenas contar com a atenção e a concentração do seu médium durante a consulta. Usam cachimbo, lenços, toalhas e as vezes fumo de rolo e cigarro de palha.
Sua forma de incorporação é compacta, sem dançar ou pular muito. A vibração começa com um "peso" nas costas e uma inclinação de tronco para frente, e os pés fixados no chão. Se locomovem apenas quando incorporam para as saudações necessárias (atabaque, gongá e Babá) e depois sentam e praticam sua caridade. Podemos encontrar alguns que se mantém em pé.
É possível ver Preto-Velhos dançando, mais esse dançando é sutíl, apenas com movimentos dos ombros ou quando sentados, com as pernas.
Essa simplicidade se expande, tanto na sua maneira de ser e de falar. Usam vocabulário simples, sem palavras rebuscadas. Sua maneira carregada de falar é para dar idéia de antiguidade.
Além disso os Preto-Velhos nos ajudam a enxergar que a prática da caridade, é vital para nossa evolução espiritual.
A linha é um todo, com suas características gerais, ditas acima, mais como cada médium possui uma coroa diferente, isso determina as diferenças entre os Preto-Velhos.
Essas diferenças ocorrem porque Preto-velhos são trabalhadores de orixás e trazem para sua forma de trabalho a essência daquela força da natureza para quem eles trabalham.
Essas diferenças são primeiramente evidenciadas na maneira de incorporação.
Não é só na forma física que devemos observar as diferenças, mais também a maneira de trabalhar e a especialidade dele.
Para exemplificar, separaremos abaixo por Orixás:

PRETO-VELHOS DE OGUM
São mais rápidos na sua forma incorporativa e sem muita paciência com o médium e as vezes com outras pessoas que estão cambonando e até consulentes.
São diretos na sua maneira de falar, não enfeitam muito suas mensagens, as vezes parece que estão brigando, para dar mesmo o efeito de "choque", mais são no fundo extremamente bondosos tanto para com seu médium e para as outras pessoas.
São especialistas em consultas encorajadoras, ou seja, mera dose de coragem e segurança para aqueles indecisos e "medrosos". É fácil pensar nessa característica pois Ogum é um Orixá considerado corajoso.

PRETO-VELHOS DE OXUM

São mais lentos na forma de incorporar e até falar. Passam para o médium uma serenidade inconfundível.
Não são tão diretos para falar, enfeitam o máximo a conversa para que uma verdade dolorosa possa ser escutada de forma mais amena, pois a finalidade não é "chocar" e sim, fazer com que a pessoa reflita sobre o assunto que está sendo falado.
São especialistas em reflexão, nunca se sai de uma consulta de um Preto-velho de Oxum sem um minuto que seja de pensamento interior. As vezes é comum sair até mais confuso do que quando entrou, mais é necessário para a evolução daquela pessoa.

PRETO-VELHOS DE XANGÔ

São raros de ver, contudo devemos também conhece-los.
Sua incorporação é rápida como as de Ogum.
Assim como os caboclos de Xangô, trabalham para causas de prosperidade sólida, bens como casa própria, processo na justiça e realizações profissionais.
Passam seriedade em cada palavra dita. Cobram bastante de seus médiuns e consulentes.

PRETO-VELHOS DE INHASÃ

São rápidos na sua forma de incorporar e falar. Assim como os de Ogum, não possuem também muita paciência para com as pessoas.
Essa rapidez é facilmente entendida, pela força da natureza que os rege, e é essa mesma força lhes permite uma grande variedade de assuntos com os quais ele trata, devido a diversidade que existe dentro desse único Orixá.
Esses Preto-velhos retribuem ao médium principalmente a defesa, são rápidos na ajuda. Se cobram a honestidade do seu médium no momento da consulta, não admitem que desconfiem dele (médium).
Mesmo assim eles também possuem uma especialidade.
Geralmente suas consultas são de impacto, trazendo mudança rápida de pensamento para a pessoa. São especialistas também em ensinar diretrizes para alcançar objetivos, seja pessoal, profissional ou até espiritual.
Entretanto, é bom lembrar que sua maior função é o descarrego. É limpar o ambiente, o consulente e demais médiuns do terreiro, de eguns ou espíritos de parentes e amigos que já se foram, e que ainda não se conformaram com a partida permanecendo muito próximos dessas pessoas.

PRETO-VELHOS DE OXOSSI

São os mais brincalhões, suas incorporações são alegres e um pouco rápidas.
Esses Preto-velhos geralmente falam com várias pessoas ao mesmo tempo.
Possuem uma especialidade: A de receitar remédios naturais, para o corpo e a alma, assim como emplastos, banhos e compressas, defumadores, chás, etc... São verdadeiros químicos em seus tocos. - Afinal não podiam ser diferentes, pois são alunos do maior "químico" - Oxossi.

PRETO-VELHOS DE NANÃ

São raros, assim como os filhos desse Orixá.
Sua maneira de incorporação é de forma mais envelhecida ainda. Lenta e muito pesada. Enfatizando ainda mais a idade avançada.
Falam rígido, com seriedade profunda. Não brincam nas suas consultas e prezam sempre o respeito, tanto do médium quanto do consulente, e pessoas a volta como: cambonos e pessoas do terreiro em geral e principalmente do pai ou da mãe de santo.
Cobram muito do seu médium, não admitem roupas curtas ou transparentes, mesmo para médiuns homens. Seu julgamento é severo. Não admite injustiça com seu médium.
Costumam se afastar dos médiuns que consideram de "moral fraca". Mais prezam demais a gratidão, de uma forma geral. Podem optar por ficar numa casa, se seu médium quiser sair, se julgar que a casa é boa, digna e honrada.
É difícil a relação com esses guias, principalmente quanto há discordância, ou seja, não são muito abertos a negociação no momento da consulta.
São especialistas em conselhos que formem moral, e entendimento do nosso carma, pois isso sem dúvida é a sua função.
Atuam também como os de Inhasã e Omulú, conduzindo Eguns.
PRETO-VELHOS DE OBALUAÊ

São simples em sua forma de incorporar e falar. Exigem muito de seus médiuns, tanto na postura quanto na moral.
Defendem quem é certo ou quem está certo, independente de quem seja, mesmo que para isso ganhem a antipatia dos outros.
Agarram-se a seus "filhos" com total dedicação e carinho, não deixando no entanto de cobrar e corrigir também. Pois entendem que a correção é uma forma de amar.
Devido a elevação e a antiguidade do Orixá para o qual eles trabalham, acabam transformando suas consultas em conselhos totalmente diferenciados dos demais Preto-velhos. Ou seja, se adaptam a qualquer assunto e falam deles exatamente com a precisão do momento.
Como trabalha para Obaluaê, e este é o "dono das almas", esses Preto-velhos são geralmente chefes de linha e assim explica-se a facilidade para trabalhar para vários assuntos.
Sua "visão" é de longo alcance para diversos assuntos, tornando-os capazes de traçar projetos distantes e longos para seus consulentes. Tanto pessoal como profissional e até espiritual.
Assim exigem também fiel cumprimento de suas normas, para que seus projetos não saiam errado, para tanto, os filhos que os seguem, devem fazer passo a passo de tudo que lhe for pedido, apenas confiando nesses Preto-velhos. Quando o filho não faz isso, costumam tirar o que já lhe deu, para que o mesmo repense a importância desse Preto-velho em sua vida.
Gostam de contar histórias para enriquecer de conhecimento o médium e as pessoas a volta.
Não trabalham para saúde (essa função é do Erê de Obaluaê). Salvo se essa doença for proveniente de "trabalhos feitos - macumba".

PRETO-VELHOS DE YEMANJÁ

São belos em suas incorporações, contudo mantendo uma enorme simplicidade. Sua fala é doce e meiga.
Possuem a paciência das mães e a compreensão também. Cobram pouco de seus médiuns, apenas que eles cumpram a caridade sempre por amor nunca por obrigação.
Sua especialidade maior é sem dúvida os conselhos sobre laços espirituais e familiares.
Gostam também de trabalhar para fertilidade de um modo geral, e especialmente para as pessoas que desejam engravidar.
Utilizando o movimento das ondas do mar, são excelentes para descarregos e passes.
Cobram dos seus médiuns que lutem para ter um casamento feliz e sólido, pois para eles só assim poderão ajudar a outras pessoas nesse sentido, já que seu médium já vive essa realidade.

PRETO-VELHOS DE OXALÁ

São bastante lentos na forma de incorporare tornam-se belos principalmente pela simplicidade contida em seus gestos.
Raramente dão consulta, sua maior especialidade é o passe de energização.
Cobram também bastante de seus médiuns, principalmente no que diz respeito a prática de caridade, assiduidade no terreiro e vaidade.
Sobre Os Boiadeiros

São espíritos de vaqueiros, posseiros, capatazes, cangaceiros e espíritos afins.
Sabem que a prática da caridade os levará a evolução, trabalham incorporados na Umbanda, Quimbanda e Candomblé.
Fazem parte da linha de caboclos, mais na verdade são bem diferentes em suas funções.
Formam uma linha mais recente de espíritos, pois já viveram mais com a modernidade do que os caboclos, que foram povos primitivos. Esses espíritos já conviveram em sua ultima encarnação com a invenção da roda, do ferro, das armas de fogo e com a prática da magia na terra.
Saber que boiadeiros conheceram e utilizaram essas invenções nos ajuda muito para diferenciarmos dos caboclos.
São rudes nas suas incorporações, com gestos velozes e pouco harmoniosos.
Sua maior finalidade não é a consulta como os Preto-velhos, nem os passes e muito menos as receitas de remédios como os caboclos, e sim o "dispersar de energia" aderida a corpos, paredes e objetos.
É de extrema importância essa função pois enquanto os outros guias podem se preocupar com o teor das consultas e dos passes, existe essa linha "sempre" atenta a qualquer alteração de energia local (entrada de espíritos).
Quando bradam alto e rápido, com tom de ordem, estão na verdade ordenando a espíritos que entraram no local a se retirar, assim "limpam" o ambiente para que a prática da caridade continue sem alterações, já que a presença desses espíritos muitas vezes interferem nas consultas de médiuns conscientes.
Esses espíritos atendem a boiadeiros pela demonstração de coragem que os mesmos lhes passam e são levados por eles para locais próprios de doutrina.
Outra grande função de um boiadeiro é manter a disciplina das pessoas dentro de um terreiro, sejam elas médiuns da casa ou consulentes.
Costumam proteger demais seus médiuns nas situações perigosas. São verdadeiros conselheiros e castigam quem prejudica um médium que ele goste. "Gostar" para um boiadeiro, é ver no seu médium coragem, lealdade e honestidade, aí sim é considerado por ele "filho". Pois ser filho de boiadeiro não é só tê-lo na coroa.
Trabalham também para Orixás, mais mesmo assim, não mudam sua finalidade de trabalho e são muito parecidos na sua forma de incorporar e falar, ou seja, a energia emanada pelo Orixá para quem trabalha é apenas um critério interno e obrigatório dentro do próprio "Ori" - pois na verdade todos são braços de Omulú.
Exemplificando essa idéia: Um boiadeiro que trabalhe para Ogum é praticamente igual a um que trabalhe para Oxossi, apenas cumprem ordens de Orixás diferentes, não absorvendo no entanto as características deles.
Dentro dessa linha a diversidade encontram-se na idade dos boiadeiros. Existem boiadeiros mais velhos, outros mais novos, e costumam dizer que pertencem a locais diferentes, como regiões por exemplo: Nordeste, Sul, Centro-Oeste, etc...

Sobre Exus

São espíritos que já encarnaram na terra. Na sua maioria, tiveram vida difícil como mulheres da vida; boêmios; dançarinas de cabaré, etc, etc...
Estes espíritos optaram por prosseguir sua evolução espiritual através da prática de caridade, incorporando nos terreiros de Umbanda.
São muito amigos, quando tratados com respeito e carinho, são desconfiados mas gostam de ser presenteados e sempre lembrados.
Estes espíritos, assim como os Preto-velhos, e crianças, são servidores dos Orixás.
Não se deve confundir os Exus da Umbanda com Exu da Nação (candomblé), pois são diferentes.
Apesar das imagens de Exus, fazerem referência ao "Diabo" medieval (herança do Sincretismo religioso), eles não devem ser associados a prática do "Mal", pois como são servidores dos Orixás, todos tem funções específicas e seguem as ordens de seus "patrões". Dentre várias, duas das principais funções dos Exus são: A abertura dos caminhos e a proteção de terreiros e médiuns contra espíritos perturbadores durante a gira ou obrigações.
Desta forma estes espíritos não trabalham somente durante a "gira de Exus" dando consultas, onde resolvem problemas de emprego, pessoal, demanda e etc... de seus consulentes. Mas também durante as outras giras (Caboclos, Preto-velhos, Crianças e Orixás), protegendo o terreiro e os médiuns, para que a caridade possa ser praticada.
Os Exus estão divididos em 3 grandes linhas: Cemitério, Encruzilhada e Estrada.
Exus do Cemitério: É formada por Exus sérios, em sua maioria servidores de Omulú (Rei do Cemitério). Não costumam dar consulta, se apresentam principalmente em grandes obrigações, trabalhos e descarregos.
Ex: Sr. João Caveira; D.Maria Quitéria; D.Rosa Caveira; Sr. 7 Catacumbas; Sr. 7 Facas, etc....
Exus da Encruzilhada: Esta linha é formada por Exus que servem a Orixás diversos. Não são brincalhões como os Exus da estrada, mas também não são tão fechados como os do cemitério. Gostam de dar consulta e também de participar em obrigações e descarregos. Alguns deles se aproximam muito (em suas características) da linha do cemitério, são os que chamamos de "Encruza pesada", enquanto outros se aproximam mais da linha da estrada, "Encruza leve".
Ex: Sr.Tranca Rua; Sr. Veludo; D. 7 Encruzilhadas; Sr. 7 Encruzilhadas; D. Maria Mulambo; D. Maceió; etc...
Exus da Estrada: São os mais "brincalhões". Suas consultas são sempre recheadas de boas gargalhadas, porém é bom lembrar que como em qualquer consulta com um guia incorporado, o respeito deve ser mantido e sendo assim estas "brincadeiras" devem partir SEMPRE do guia e nunca do consulente. São os guias que mais dão consultas em uma gira de Exu, se movimentam muito e também falam bastante, alguns chegam a dar consulta a várias pessoas ao mesmo tempo. Nesta linha trabalham vários espíritos, desde os Exus da estrada propriamente dita, como também os Cíganos e a malandragem. Também se encaixam nesta linha alguns espíritos, que apesar de já terem atingido um certo grau de evolução, optaram por continuar sua jornada espiritual trabalhando como Exus (Exu Mangueira, Exu do Tempo, etc...).
Ex: D. Maria Padilha; Sr. Zé Pelintra; D. Rosa Vermelha; Sr. Tiriri; D. Cigana/Ciganhiha, etc...

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